Práticas recomendadas do Crazy Eights

Num cenário onde inovação, agilidade e adaptabilidade são determinantes para a competitividade, encontrar métodos simples e eficazes para gerar ideias se tornou uma prioridade estratégica. O Crazy Eights, um exercício visual e rápido de ideação, vem ganhando espaço como uma ferramenta poderosa no arsenal de líderes de inovação e times de design.

Simples, acessível e provocador, ele permite que equipes multidisciplinares explorem múltiplas soluções para um mesmo problema em apenas oito minutos. Mas seu impacto vai além da quantidade: ele muda a mentalidade da equipe, promove colaboração e estimula o pensamento não convencional.

Este artigo apresenta como o Crazy Eights pode ser mais do que um exercício criativo — pode ser um dispositivo estratégico para repensar desafios, acelerar descobertas e alinhar equipes em torno da inovação.

Principais pontos abordados:

  • O Crazy Eights é uma técnica de ideação visual rápida e eficaz, ideal para fases iniciais de projetos.
  • Ele promove igualdade criativa, engajamento e pensamento divergente em equipes multidisciplinares.
  • Pode ser usado presencialmente ou adaptado para ferramentas digitais como Miro, Figma ou FigJam.
  • Uma facilitação bem feita transforma a atividade em um momento decisivo do processo criativo.

Crazy Eights: Por Que Ele Funciona Tão Bem?

O Crazy Eights é baseado em restrições intencionais: tempo limitado, espaço restrito (oito quadrados) e foco em quantidade, não qualidade. Essas restrições libertam a mente, tirando-a do modo de análise e julgamento, e a forçam para um estado de divergência criativa.

Ao desenhar, mesmo que de forma rudimentar, os participantes ativam áreas do cérebro relacionadas à linguagem visual, memória e emoção. Isso torna o exercício não só mais engajador, mas também mais eficiente do que brainstormings exclusivamente verbais.

Resultados comuns de uma boa sessão de Crazy Eights:

  • Ideias que não seriam verbalizadas em uma reunião convencional.
  • Participação mais ativa de perfis introspectivos ou técnicos.
  • Maior sentimento de pertencimento no processo criativo coletivo.

Como Facilitar uma Sessão de Crazy Eights

1. Prepare o ambiente (físico ou digital)

Ambientes descontraídos, confortáveis e livres de interrupções facilitam a imersão. Se for remoto, plataformas como Miro, Mural, FigJam ou até Google Slides podem ser usadas com templates prontos.

  • Evite ambientes hierarquizados.
  • Garanta que todos tenham espaço e materiais simples: papel A4, canetas ou post-its.
  • No online, compartilhe antecipadamente o link com o template e oriente sobre a dinâmica.

2. Alinhe a proposta com uma pergunta poderosa

A pergunta “Como podemos...” (How Might We – HMW) é o motor da sessão.

Exemplos eficazes de HMW:

  • “Como podemos tornar o processo de compra mais simples para novos clientes?”
  • “Como podemos melhorar a experiência de onboarding remoto?”
  • “Como podemos reduzir a frustração de usuários ao usarem nossa interface mobile?”

A clareza do desafio é essencial para manter o foco durante os 8 minutos.

3. Explique a dinâmica com leveza e clareza

  • Dobre o papel três vezes → 8 quadrantes.
  • Cronômetro: 1 minuto por quadrado.
  • “Desenhem qualquer ideia que vier à mente — mesmo que pareça absurda.”
  • “Não se preocupem com o acabamento. O importante é comunicar visualmente.”

Reforce que não existe ideia errada ou desenho feio. O objetivo é pensar com as mãos.

Após o exercício: compartilhamento e construção coletiva

Concluir os 8 minutos é só o começo. Agora, vem o momento mais rico da sessão: a socialização das ideias.

Etapas sugeridas:

  1. Cada pessoa escolhe 2 ou 3 ideias favoritas entre seus esboços.
  2. Apresenta brevemente ao grupo.
  3. Os participantes colam seus papéis na parede (ou no quadro digital).
  4. O grupo pode votar nas ideias com maior potencial (ex: com adesivos ou via reactions no digital).
  5. As ideias mais votadas podem seguir para prototipagem rápida, storyboards ou MVPs conceituais.

Esse momento gera alinhamento, engajamento e sensação de coautoria.

Dicas Avançadas de Facilitação

  • Use um timer visível para manter ritmo e reduzir ansiedade.
  • Inclua pausas criativas antes ou depois (exercícios lúdicos, música ambiente).
  • Misture perfis: não deixe a ideação restrita à área de design.
  • Fotografe os esboços e arquive — muitas ideias esquecidas viram soluções futuras.
  • Facilite o espaço, não as ideias. Evite direcionar demais ou dar “dicas criativas”.

Crazy Eights em Times Remotos: Funciona?

Sim! E cada vez melhor. Plataformas visuais como Miro, Figma e FigJam têm facilitado a execução remota do Crazy Eights com ótimos resultados.

Adaptação simples:

  • Use uma board com grid de 8 quadros por pessoa.
  • Faça uma contagem regressiva conjunta.
  • Após os 8 minutos, cada participante apresenta seus melhores quadros.
  • A votação pode ser feita com ícones, marcações ou sistema de pontos.

Essa versão funciona bem com times híbridos e globais, mantendo a mesma lógica de cocriação e velocidade.

O Crazy Eights é mais do que uma ferramenta divertida: é uma estrutura de criatividade radicalmente acessível. Ele mostra que, com tempo, foco e estímulo corretos, qualquer pessoa pode contribuir com ideias relevantes e surpreendentes.

Se você busca destravar o potencial criativo da sua equipe, aumentar o engajamento em sessões de cocriação e gerar valor a partir de múltiplas perspectivas, o Crazy Eights pode ser o primeiro passo.

Na próxima reunião de brainstorming, deixe o PowerPoint de lado. Pegue um papel, dobre ao meio três vezes — e descubra o poder de uma ideia desenhada em um minuto.

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